segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Carta de Despedida e Prosa Poética

Meu Manuel,

Nunca imaginei despedir-me de ti enquanto ainda vivesses; nunca pensei escrever-te em despedida porque estarias morto e serias incapaz de ler.
Mas morreste. Morreste para o mundo e quiseste morrer em mim também; e por isso te escrevo, pois embora não estejas realmente morto, também não estás vivo, nem no mundo, nem em mim.
Apenas a tua memória resiste, mas a memória é efémera e morrerá também, um dia.
E o teu amor, que me mantém viva, desaparecerá e, em breve, estaremos ambos mortos. Mortos para o mundo e mortos para nós, pois já não restará qualquer sinal de vida, mesmo que ainda estejamos vivos.
Sem a tua presença, todo o conceito de vida e de morte se torna ambíguo e subjectivo, e por isso me despeço e te escrevo em carta, para que, cada vez que a leres, me mantenhas viva em ti.
Enquanto permanecer na tua memória permanecerei no mundo. Enquanto eu te lembrar e tu me lembrares ainda estaremos juntos, em cada um e no que restar de nós.

Com Amor,
A tua Madalena


(Sara Gonçalves, 11ºE)

Amor, não choro porque tu me ensinaste a sorrir, não morro porque me ensinaste a viver, não sofro porque tu me ensinaste a amar. Mas se um dia deixares de existir eu choro; porque a única coisa que tu não me ensinaste foi viver sem ti.

(João Rodrigues, 11ºE)
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