quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Outras Cartas de Madalena


São meras palavras em resumo do nosso amor vivido que aqui escrevo.
Nunca imaginaria que, após anos de vida contigo todos os dias, o que aconteceu viesse surgir. Surgiu de forma repentina e surpreendente, coisa que não esperaria, pois o essencial era o nosso amor que fazia de tudo tão harmonioso e espontâneo.
Fruto do nosso amor nasceu a nossa querida filha Maria, a quem admiro muito e de quem vou sentir falta para o resto da minha vida.
Mas agora quem nos pode perdoar deste amor proibido?
Deus! A única forma de pagar o meu pecado cometido (em que envolvi queridos inocentes) é entregar-me a Deus até aos fins da minha vida. Viverei na solidão!
Sem o teu amor, os meus dias vão passar como longos anos, longos dias que me lembrarei sempre de ti, de ti e do nosso amor vivido, Meu Manuel.
Espero que leias esta carta, sem que as tuas lágrimas venham a cair, pois irão permanecer para sempre estas recordações no nosso coração.

Despeço-me de ti meu amor!


Madalena.

(Marta Magalhães, 11ºC)

Almada, 13 de Março de 1632

Caro Manuel,

Foi por ti que me sacrifiquei, por ti por quem me apaixonei, contigo que eu tive a minha primeira e única filha. Filha que educámos juntos, que cresceu connosco e que teve aquele final tão injusto e trágico.
Passei longos anos da minha vida a teu lado, e agora... e agora... não sei como sobreviverei nos próximos. Desculpai-me Manuel, desculpai-me... pelas consequências que estais a pagar. Se não fosse este maldito destino... Ainda te podia abraçar, acariciar e sentir o teu cheiro.
Todas as palavras são poucas para descrever os sentimentos, a saudade... queria agradecer toda a tua disponibilidade, a tua calma, o teu amor...
No dia do nosso memorável martimónio, jurámos ficar unidos para sempre, para o bem e para o mal, até que a morte nos separasse. E assim foi, morri para ti, morri para a vida.

Encontrar-te-ei no céu

Madalena de Vilhena


(Teresa, 11ºC)
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